terça-feira, 29 de julho de 2014

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❝ Arrumando minha bagunça esses dias, dentre tantos objetos, encontrei uma agenda. Nela, várias páginas de textos, pensamentos soltos com o seu nome: desde o início. Palavras ditas que me agradaram (e marcaram) de um jeito que na tentativa de escrevê-las ou justificá-las acabo sempre deixando alguma delas passar, como de costume, acontece sem querer.
Gosto de encontrar esses pedacinhos especiais que ficam materializados que é pra não serem tão facilmente esquecidos, embora eu não ache assim necessário para que qualquer que seja a lembrança, tenha vez.
Não é segredo que minha memória falha com frequência e nem que quando se trata de você, eu lembro bonitinho e até dos detalhes. É engraçado que não tão raro eu penso nisso e em todas as vezes que o faço, o mesmo acontece: um sorriso, peito aberto e todos os bons sentimentos do mundo me ocorrem de uma só vez.
Continuando a leitura pelas páginas seguintes, notei que grande parte dos textos eram relacionados a você. O que deixou claro, pelo menos pra mim, única a lê-los até então, que eu tinha alguém em quem me inspirava a escrevê-los. Antes de nos envolvermos. Era você e seu jeito de cagar pro mundo que me perturbava tanto, um quê de mistério, não saberia dizer se pelo olhar, mas provavelmente e principalmente por ele sim. Todo o jeito charmoso, as características físicas e intelectuais. O conjunto por completo, repletos de quês que, aos poucos, foram me pegando de jeito e me deixaram sem saída a não ser bater na sua porta e encarar o frio na barriga, que eu ainda sinto, quando você diz de surpresa qualquer coisa que faça vibrar alguma parte do meu corpo ou ele inteiro, eu nunca sei ao certo.
A verdade nua e crua e extremamente clichê é que eu te namorei sozinha primeiro, um tempão, coisa de menina boba que vive um romance platônico antes de ter coragem de dar a cara a tapa. Embora eu pense nisso como um ponto positivo porque foi gostoso demais observar você passando pra lá e pra cá e pensar no quanto eu queria isso pra mim embora, ali, estivesse fora de alcance. Eu, uma completa tagarela, tímida como nunca, pra lá de curiosa, obviamente, o olhava com desejo. Não desejo de carne. Também, porém não somente. Saber sobre você, aquela pessoa até então estranha e, no entanto, aparentemente conhecida. Não. Queria saber de verdade. Além do que eu escrevia, além do que eu, possivelmente, inventava. Não para torná-lo mais interessante e sim porque desde sempre o enxergava como tal.
Recíproco, natural, absolutamente bom, inspiração permanente.
Sorte. Curiosidade. Medo. Coragem. Paixão. Amor. Sorte, de novo. Porque eu sempre tive muita sorte com as coisas. Mas, com você, foi a maior de todas! ❞
— Aghata Paredes.

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