quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Senti sua ausência. Quero dizer, minha ausência. Mas foi bom. Se ficar longe foi essa tortura, ficar tão perto não deve ser tão ruim assim. Mas ainda não penso que seja amor, não me convenci disso. É melhor. Sei lá, a palavra “amor” me remete a uma casa, um homem e uma mulher, cachorros, contas a pagar, planos de morar num lugar maior. Não dá pra ser amor entre duas crianças grandes num apartamento de um quarto só, dá? Tem muito mais entre a gente, essa incógnita de dois que sabem que não foram feitos pra durar. Você não quer saber nada do meu passado, eu quero saber do seu, mas você quase não abre a boca, e só diz o que interessa. Mas tudo bem, de verdade. Ou bom ou pra sempre. As duas coisas são incompatíveis.
(Gabito Nunes) 

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