quinta-feira, 19 de julho de 2012


Saudade dói, dói, dói 
  
Eu ainda não aprendi a lidar com despedidas, e acho, sinceramente, que nunca vou aprender a lidar. Não é algo assim tão fácil de aprender. Dizem que vem com o tempo, com a experiência, mas quantas despedidas mais terei que suportar pra aprender a enfrentá-las sem choro, sem desespero, agonia, medo? Já foram muitas. Não pensem vocês que sou novata na área. Desde criança que sou obrigada a lidar com pessoas que dizem ir embora para voltar logo, e que não voltam. Confesso que ainda espero o retorno de algumas delas, mas em segredo.
De alguma forma, enfrentar despedidas quando se é criança parece ser mais fácil. Crianças não têm ideia de espaço e tempo. Crianças acreditam quando é dito a elas que o retorno será no dia seguinte, ou dali a algumas horas, ou que o outro lado do mundo é logo ali, a dois passos de distância. Quando a gente cresce, no entanto, a coisa muda totalmente. O outro lado do mundo vira, de fato, o outro lado do mundo, e despedidas sem previsão de retorno podem significar anos de espera. Dói não ter mais ilusões nas quais se apoiar.
Enquanto não inventarem um soro anti-dores-de-despedida, vou continuar chorando com os abraços e os acenos distantes. Vou persistir em ver vídeos e fotos para me torturar, crendo que o que não me mata, me fortalece. Tudo mentira, a gente sabe. O tempo passa e a dor aumenta, independente de quantas lágrimas já foram derramadas em meio ao lamento de saudade.

— Bianca Landi

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